quinta-feira, 19 de agosto de 2010

BAR EL TRES

Agora em Madrid, último destino de minha viagem que chegou ao fim na semana passada. Havia estado na capital espanhola em outras três ocasiões, mas desta vez fiquei muito impressionado. A limpeza das ruas e a eficiência dos transportes públicos foram os pontos principais.

Fiquei na casa de meu primo Manolo, que vive num bairro chamado Cuatro Caminos, perto do centro. Em cinco dias de visita pude mostrar muita coisa desta bela cidade para minha namorada, que ficou encantada. E eu fiquei muito feliz, pois estava com ela e ainda por cima em um dos lugares com mais bares do mundo. Hoje falarei sobre minha passagem pelo Bar El Tres.

Depois de ficarmos bastante tempo dentro do museu Reina Sofia, localizado no bairro de Atocha, saimos dali famintos e com sede, pois já era tarde e fazia um calor do capeta. Baixando do museu em direção à estação de trem, viramos a primeira à direita e logo demos de cara com o boteco. Para começar o bar tinha serragem pelo chão, costume por lá, e ainda por cima com um cheiro muito bom de comida perfumando os arredores. Ao entrar vimos que não haviam mesas e cadeiras, somente um largo balcão para onde nos dirigimos. A primeira atitute foi pedir chopp Mahou, marca da casa, muito bom, e segundos depois uma "ración" de batatas bravas.

O lugar não é limpo, mas é bonito. Orelhas de porco, mariscos em geral, batatas bravas, bacon na brasa e seus inúmeros bocadillos (sandubas) eram os principais pedidos, deixando qualquer um que gosta de comer bem com o sorriso largo. O senhor Frederico comanda a casa, que sempre está lotada por causa de sua localização, com valentia e simpatia. Na cozinha um caboclo estilo Sancho Pança mostrava habilidade com tantos pedidos. Sempre saíam as famosas "tapas", as porções generosas ou mesmo os grandes sanduiches de calamares. Era uma festa da boa comida de bar, sempre com ótima cerveja, vinho fresco ou brandy da casa.

Mais um boteco estilo dos nossos que recomendo, desta vez para quem puder ir à Madri. Mas que fique claro que os bares daqui são insuperáveis, principalmente pelas pessoas que encontro dentro deles. Os botecos brasileiros são muito mais do que casas em que comemos ou bebemos, vão além, já que neles podemos dar um maior conforto para nossas vidas, quase sempre cheia de problemas.












Endereço do El Tres:

Calle del Doctor Drumen, n° 3, ao lado do metrô de Atocha.


Até.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

TASCA O EURICO

Depois de trinta dias de férias, perto da minha família que mora na Espanha e andando por outros lugares, estou de volta, ainda bem. A saudade da minha cidade, do meu bairro e das pessoas que vivem ao meu redor era muito grande. Os encontros com meus primos e tios espanhóis junto com as várias pessoas que viajaram daqui comigo foram marcados pela emoção. Vários banquetes, gargalhadas e lágrimas de emoção e muita, muita bebida. Estou muito feliz por ter vivido dias tão bonitos e quando me organizar melhor coloco aqui algumas fotos.

Tive a oportunidade de passar quatro dias em Lisboa, cidade que gosto muito, mas desta vez foi mais bacana pois estava ao lado de minha menina. E este texto de hoje, que marca o fim da inércia do blog, vem para mostrar um canto especial deste lugar. Descendo o castelo de São Jorge, na Alfama, fui parar num pequenino largo, o de São Cristóvão. Fazia muito calor, e estava cansado, com fome e sede. Foi quando, deixando um pouco a modéstia de lado, o meu olhar aguçado para descobrir bons botecos entrou em ação. Era uma porta como de uma quitandinha, com algumas verduras do lado de fora e uma movimentação de entra e sai que me chamou a atenção. Ao me aproximar me dei conta de que se travava de um modesto restaurante e uma mini quitanda ao mesmo tempo. Trabalhadores com macacões manchados de tinta, com botas de obra e cascos na cabeça almoçavam lá dentro. Haviam alguns poucos turistas que tiveram a sorte de perceber aquela típica tasca escondida ao descer do Castelo assim como eu.

O nome do lugar é O Eurico, que é nome também do senhor que comanda a casa ao lado de sua mulher, uma senhorinha muito simpática chamada Laura. Bom, nem preciso falar que me senti em casa depois que me sentei numa mesinha e pedi uma garrafa de vinho branco da casa. Ao olhar o menu pendurado na parede, que por sinal era farto de opções e com preços bem baratos, escolhi sardinhas com batatas e salada. Antes do prato desejado chegar foi colocado para nós uma porção de azeitonas para beliscarmos, cortesia da casa. Quando veio a sardinha, feita na brasa, tive a certeza de que estava certo, excelente. Comemos todos os dias em que estivemos em Lisboa neste lugar. A comida muito bem feita, o vinho fresco da casa, a simpatia do senhor Eurico e o sorriso de mãe da Dona Laura me cativaram. Ainda provei o bacalhau da casa e a dourada.

Fica aqui então, meu caros, a dica para quem tiver a oportunidade de dar uma passada na terra alfacinha. Vá na tasca o Eurico e sairás bem contente.












Estou de volta, até.