sexta-feira, 5 de novembro de 2010

COLUMBINHA e COLUMBIA

Todo mundo sabe, ou deveria saber, onde fica o Columbinha. Columbinha é um dos maiores bares que existe, e fica localizado na Tijuca. Ao lado de um dos melhores galetos, o Columbia, e em frente ao Club Municipal e ao Motel Palácio do Rei, este botequim sujo, bem sujo, é a estrela maior daquele quarteirão. É o típico cospe grosso, bem imundo, e tem uma cerveja de primeira e um torresmo de dar água na boca. Sempre que faço um "tour" pelos bares do bairro o último balcão é do Columbinha, pois tenho muito apego por ele e gosto de conversar e dar boa noite para o Zé. É, chamo este balcão de Zé, sei lá porque.

Já tive o prazer de levar vários amigos meus para lá. Gosto muito de levar os camaradas do peito de São Paulo. Neste vídeo que está no Buteco do Edu vocês podem ver o dia em que fechei a casa com o amigo Favela, e neste outro post, no mesmo Buteco do Edu, podemos conferir o amigo Szegeri tendo o prazer de beber no Columbinha com um senhor que é autoridade no pedaço, o Berinjela. Bom, é sabido e está claro que este bar faz parte da minha vida pois faz com que meu coração trabalhe.

Sou um dos que falam que a Tijuca tem os melhores botecos do Rio, encho o bairro de elogios, mas quando a coisa está ficando estranha também tenho que reconhecer. Toco neste assunto porque atualmente a dupla Columbia-Columbinha está me deixando preocupado. O Columbia, na verdade, já me deixou puto e com raiva. Entraram em obras há mais ou menos duas semanas e ontem passei por diante para dar um confere. Simplesmente eles acabaram com os balcões internos tradicionais de galetos e colocaram mesas e cadeiras comportadas. Que cagada! Que CAGADA! Mudaram totalmente a cara do velho galeto e elitizaram o troço. Isso, troço, é como deve ser chamado agora, pois galeto não é mais. Depois deste primeiro desastre fui para o Columbinha, meu xodó. Há dois anos atrás os donos da birosca pegaram uma velha quitanda que ficava ao lado e com isso aumentaram o "playground" dos ébrios locais, deixando-os à vontade caso tenham que dormir por ali. Coisa suja, combinando com a área principal, só levantaram as portas e pronto. Até umas caixas de cebola e alguns sacos de batata da velha quitanda ainda estão por lá. Mas ontem, depois de ver a barrigada de elite que o Troço Columbia fez, notei que esta área do Columbinha está em obras. Gelei na hora. Estava com pressa e não parei para perguntar, mas já estou com medo do pior. Já estou pensando merda e não sei o que vai ser de mim e de muitos tijucanos se suas carraspanas columbianas forem interrompidas.

Tenho medo, garanto que bem mais que a Regina Duarte, de que arranquem um dos mais importantes e históricos balcões do estado do Rio de Janeiro. O balcão que acolhe meus cotovelos e minha bebida com tanto carinho, que olha para mim e me dá apoio quando estou num estado em que vejo três balcões em vez de um, o balcão que tem a raça e a paciência de aguentar tantas lamúrias de momentos tristes e murros de alegria no momento do gol, o balcão que é como coração de mãe, o Zé para quem dou boa noite e recebo em troca um vai com Deus.

Por favor, o Columbinha não.

Até.