quarta-feira, 13 de junho de 2007

CANTINHO DOS AMIGOS

Na semana passada, precisamente na quinta - Corpus Christi - resolvi dar uma pedalada pelas redondezas de meu querido bairro, sem rumo, apenas para distrair a monotonia e quiçá engrandecer o meu destino pelo caminho. Tinha tricolor pacas nas ruas por causa do título da Copa do Brasil (faziam 23 anos...) dando de certa forma um ar de alegria em cada esquina. Os botecos estavam cheios, e assunto não faltava naquela ensolarada manhã.

Andava com minha caloi 10 datada de 1979 pela rua Barão de Mesquita quando por acaso fiquei defronte a um interessante pé sujo que estava cheio de gente, uns jogando dominó numa mesa da calçada, outros em pé com seus copos na mão observando a calorosa partida, e os demais lá dentro sentados. O nome da casa faz jus aos fregueses, Cantinho dos Amigos.


Cantinho dos Amigos

Uma canção familiar sonava por ali, e somente quando me cheguei à beira do balcão para pedir uma garrafa - capa branca - ao Chiquinho, percebi que vinha de um radio toca-fitas muquirana, velho e lindo para caceta, que tocava através de seus humildes falantes a música Chore Comigo, e a voz era do singular Nelson Gonçalves, um de meus preferidos. Pouco tempo atrás, na coluna BOLACHA DA VEZ aqui do Boemia & Nostalgia, falei sobre um disco dele e disponibilizei exatamente esta faixa para a audição.

Um pouco depois chegou meu camarada Murillo, torcedor do América, e ficamos por ali por mais algum tempo, pude então olhar alguns quitutes do local, como a porção de moela refogada no alho e língua com cebola e pimentão.

Ao marchar, veio comigo a certeza de que voltarei, simplesmente por se tratar de um botequim honesto, e que tem o seu valor. Resolvi neste momento começar a empreitada de realizar um censo dos botecos da região, incluindo até as menores portinhas. Vai ser bacana.

Fiz ainda uma pequena parada no bar do Chico, velho conhecido da patota da área, como Simas e Edu Goldenberg, que sempre param por ali depois da feira dominical, e Vicente, um coroa ex-vizinho meu, boa praça. Murillo, taxista que nunca leva passageiro, eu nunca vi, inicia neste bar o que ele chama de círculo vicioso. Começa no bar do Chico, passa pelo bar Pink, Columbinha, e termina no Joaquim. Depois reinicia o trajeto quando pode, sempre pagando cerveja para os amigos e vice-versa. É um figura do nosso cotidiano.


Murillo no bar do Chico


Até o próximo bar.