quinta-feira, 27 de agosto de 2009

MODA DE BOTEQUIM 2

Há algum tempo passou por aqui um senhor com um estilo invejável, flagrado num bar tijucano. Hoje, repetindo a dose, vos trago a imagem de outro homem que deixará muito estilista de queixo caído.

No meu café de todas as manhãs na padaria/botequim Divino Trigo, seu Ari, o maior botafoguense do pedaço, desfilava com seu imponente pisante combinando com a meia "Adidas Sport". Tal exuberância era admirada pelos fregueses da casa enquanto o espirituoso senhor devorava seu sanduíche de linguiça com uma média caprichada.



Até.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

BAR SÃO SEBASTIÃO

Fora da cidade neste fim de semana com a patroa, estive no sábado em Araruama e domingo em Petrópolis, tudo em prol de programas familiares e descanso. Sábado fui participar de uma festa na hora do almoço, e depois tive o da livre para meus passeios. Foi bem proveitoso.

Araruama tem pouco mais de cem mil habitantes e é marcada pela bela lagoa do Juturnaíba. Como toda cidade pequena, há uma praça, igreja, e algum comércio. Como sou um bom observador, depois de minha andança para fazer o reconhecimento do local, pude concluir que os botecos são abundantes na cidade. Depois de um bom tempo caminhando resolvi ancorar-me num bar para molhar o bico.

O pé-sujo escolhido talvez seja o menor de Araruama, ou até mesmo da região dos lagos, mas é grande quando se trata de cerveja gelada. Localizado defronte a bela igreja de São Sebastião, construída em 1867, o bar São Sebastião é o tradicional bunda-de-fora. É pequeno demais, uma portinha de entrada, e um balcão que acomoda apenas um cotovelo. Mas o boteco é tão aconchegante que o pessoal improvisa na acomodação. Duas mesas ficam do lado de fora, somente duas, e dentro o jeito é sentar em engradados ou fazer do "freezer" horizontal uma espécie de balcão. Lá dentro, sentadinho atrás das estufas que guardavam ovos cozidos, sempre eles, e os clássicos sanduiches de bife à milanesa com uma folha de alface, estava o Seu Carlos, comandante do pedaço.

Fiquei numa dessas mesas do lado de fora, pois no interior a lotação já alcançara o seu limite. Pedia minhas cervejas vagarosamente, sem medo do tempo, e aproveitando a brisa que resolveu dar a graça. Na verdade, quase dormi por causa disso. Na mesa ao lado, um senhor na casa dos oitenta, bebia sua gelada enquanto brincava com as moças que passavam pela calçada. Demos início a uma agradável prosa (uma das coisas que o bar nos permite fazer, mesmo com pessoas que veremos somente naquele instante), que findou-se horas depois. Dava gosto escutar os contos do Seu Laerte. Travessuras na Lapa - volta e meia falava com ar de saudade: A Lapa era minha... - namoricos na Praça Mauá e em Madureira, onde morava. Perguntei-lhe pelo bairro suburbano e percebi a alegria em seus olhando quando tocamos no assunto. Falou principalmente de samba, de sua portela, da criação do Império Serrano e dos anos em que disputava o samba-enredo pela azul e branco.

Mais uma vez, pessoal, salve nosso bar do dia-a-dia e nossa cultura botequinesca. Salve o povo brasileiro e seus costumes.








Seu Laerte

Até.