quarta-feira, 30 de abril de 2014

BAR DO JOEL

O nome do bar é Guanabara, não confundam com o Super Guanabara da Conde de Bonfim, mas todos conhecem como bar do Joel. Joel, que conheço há uns dez anos, era gerente do galeto Columbia da Haddock Lobo e há uns dois anos comprou este boteco que fica na Praça Afonso Pena, na Tijuca, bem ao lado do Figueiredo, o Rei da Chinelas (veja aqui). Ele trabalha mais na parte na manhã, e à noite quem costuma comandar o local é seu sócio, o Sr. Maurício. É um pé-sujo tipicamente tijucano, pequeno e aconchegante. Tem um balcão que acomoda uns cinco cotovelos e uma calçada que acolhe algumas mesas. Os fregueses são do bairro, em sua maioria de cabelos brancos, e quase todos se conhecem. Os mais antigos têm lugar cativo, como o Sr. Julio, que fica no fundo perto do freezer e o Beto, que sempre fica em pé na porta, na ponta do balcão. O bom ambiente que tem o boteco, junto com as boas bebidas e os excelentes petiscos fazem com que ele fique cheio quase o dia inteiro.

Bar cheio.

Senhor se refrescando.

Sr. Julio.

Mais um senhor desfrutando do balcão.

Patota na calçada.


Tem um senhor de barriga invejável que vai lá todos os dias, me foge o nome dele agora. Ele só bebe Teacher's, umas três ou quatro doses por vez, e depois vai para um subsolo ali ao lado apostar nos cavalos. Além da cerveja que vem trincando, as batidas de limão e gengibre são muito apreciadas. Apesar de ser acanhado, o botequim também tem uma considerável quantidade de cachaças artesanais, além dos vinhos de garrafão.

Os petiscos da casa são covardia, autênticas iguarias de bar decente. A sambiquira, ou sobrecu de galinha, é sempre disputada. Sai todos os dias na parte da tarde e o tabuleiro fica pouco tempo na estufa. O pernil banhado no saboroso molho da casa sai de manhã, e também não tem sossego. Muitos fazem compras no Pão de Açúcar antes do almoço e atracam lá para beber e bicar um pernilzinho. Ocorre o mesmo com a carne assada na farinha. O jiló no alho é o preferido do Joel, que sabe que o sabor do acepipe é magnífico. Ainda tem uma barriga de porco no vinho tinto, que tive o prazer de comer, mas não é toda hora que ela dá o ar da graça. É feita na casa e temperada por um freguês apaixonado por porco, o Antônio, que está sempre lá. E para quem precisa curar qualquer doença, é só pedir o saboroso mocotó na tigela.


Joel e seu jiló.

Cerva da casa.

Pernil.

Pernil sendo devorado.

Barriga de porco no vinho.

Bar do Joel.


O Bar do Joel e as pessoas que o frequentam são mais uma prova de que a Tijuca é um bairro clássico da boemia e resiste à badalações e modas gastronômicas. Isto orgulha o bairro. Vida longa!