terça-feira, 13 de janeiro de 2009

BAR DO ZACA

O bar do Zaca é feio, muito feio, mas a cerveja do bar do Zaca é gelada, muito gelada! E isso é que importa para os frequentadores do local, que a garrafa esteja mofada.

No sábado estive de passagem pelo subúrbio, fui visitar o seu Geraldo (veja quem ele é aqui). Peguei minha caloi 10 ano 1979 e fui pedalando lentamente, paralelamente à linha do trem. Chegando no bairro do Sampaio, me encantei com este lugar sujo em forma de botequim. Estacionei o meu veículo, e entrei.

O subúrbio é um oásis para quem gosta de boteco, mas este tinha algo diferente. A voz de Cauby Peixoto saía pelas caixas de som, e o pessoal estava atento para não perder nenhuma estrofe da canção. Depois de pedir minha cerveja perguntei:

- É cd?

- E um caboclo do local:

- Não, é a máquina do som. Você coloca um real e tem direito a duas músicas.

Fiquei maravilhado com tal aparato, a "Máquina do Som". Tinham uns dois homens que já esperavam com um real mão para usufruir da tecnologia local. Enquanto isso toma-lhe bebida. De aperitivo tinha ovo, só ovo, e os pratos mais finos somente via cardápio de madeira pendurado, coisa chique.

O tempo passava e a máquina do som não parava de trabalhar, era a diversão do pessoal. Diversão é modo de falar, já que as músicas não eram nada alegres, só colocava-se música de corno. Foi quando me dei conta que aquilo realmente era um bar de cornos, com vários chifres espalhados pela casa. Teve um que escolheu o saudoso Waldick Soriano, para o delírio da moçada presente. Até que chegou a minha vez, e quando pedi para colocar minhas musiquinhas houve desconfiança, pensavam que iria escolher alguma canção fora do tema. Mas depois que mandei um Nelson Gonçalves e na sequência um Lindomar Castilho, o pessoal quase me levantou igual a um treinador ao ganhar uma copa.












O dono do bar, o Zaca, tratava apenas de botar a cerveja no balcão e rir, afirmando que também era do time dos chifrudos.

Eu como não faço questão de fazer parte da equipe, bebi minha cervejinha, passei um hora preciosa neste pitoresco pé-sujo de azulejos amarelos medonhos, e tomei o meu rumo.

Se você acha que não encontrará nada de bom no bairro do Sampaio, está enganado. Trate de pegar o trem e descer na estação que fica defronte ao boteco mais bacana da região. Cerveja geladíssima, música de primeira, e uns caboclos bem engraçados fazem parte do pedaço.

Até.

4 comentários:

Diego Moreira disse...

Mas que espelunca comovente!
Ah, o Subúrbio... troço bom demais.

Depois de um mês no Engenho da Rainha - férias no Subúrbio - volto pra casa com saudade do pão quente da Padaria Verão Vermelho, da cerveja gelada do Bar do Tio Jorge (Zé Kéti não saía de lá) e do picolé Itália nos raros passeios no Shopping Nova América.

Abraços, meu camarada!

Luiz Antonio Simas disse...

Esses são os melhores!

Rodrigo disse...

Felipe, tudo bem?!

Este buteco citado aqui, me lembra os da periferia de São Paulo. Nem todos claro! Concordo com o Simas, este são os melhores, eu não troco o buteco que freqüento aqui na Perifa por nenhum outro da grande São Paulo.

Abraço

Anonymous disse...

como o subúrbio é lúdico!
como os zonasulenses são pernósticos!
já q o subúrbio é tão bom, pq não se mudam pra lá?