Na minha última passagem por São Paulo o bar do Maurão encantou-me profundamente. Fica num bairro bacana [Casa Verde], numa rua de respeito [rua Dobrada, sente o naipe], e está cheio de caboclos da melhor qualidade.
No momento em que cheguei o carteado comia solto, e as gargalhadas bárbaras vinham acompanhadas dos socos na coitada da mesinha da jogatina. Viraram-se ao perceber que o Favela acabara de pintar no pedaço comigo. Mais uma vez o meu irmão da Barra Funda comandou a noite etílica, e logo foi me apresentando aos seus camaradas.
Uma máquina de assar galinhas é usada como armário logo na entrada do bar, uma mesa de sinuca mais velha do que minha bisavó descansa no meio do salão, o balcão é todo acolchoado [como os balcões dos puteiros mais vagabundos], e o banheiro é um luxo só. Essas são algumas das pitorescas características deste botequim ímpar.
A carta de bebidas quentes é uma covardia para os mais fracos que chegam desavisados, e a cerveja gelada põe respeito ao sair fumegando da geladeira.
O Maurão, um coroa de uns sessenta anos, tem um cabelo medonho pintado de amarelo ovo. A rapaziada vive caçoando dele, e quando ele enche o saco some do bar e deixa a freguesia esperando com a boca seca. Os impacientes chegam a pular para dentro do balcão em busca do refresco de cevada.
No momento em que cheguei o carteado comia solto, e as gargalhadas bárbaras vinham acompanhadas dos socos na coitada da mesinha da jogatina. Viraram-se ao perceber que o Favela acabara de pintar no pedaço comigo. Mais uma vez o meu irmão da Barra Funda comandou a noite etílica, e logo foi me apresentando aos seus camaradas.
Uma máquina de assar galinhas é usada como armário logo na entrada do bar, uma mesa de sinuca mais velha do que minha bisavó descansa no meio do salão, o balcão é todo acolchoado [como os balcões dos puteiros mais vagabundos], e o banheiro é um luxo só. Essas são algumas das pitorescas características deste botequim ímpar.
A carta de bebidas quentes é uma covardia para os mais fracos que chegam desavisados, e a cerveja gelada põe respeito ao sair fumegando da geladeira.
O Maurão, um coroa de uns sessenta anos, tem um cabelo medonho pintado de amarelo ovo. A rapaziada vive caçoando dele, e quando ele enche o saco some do bar e deixa a freguesia esperando com a boca seca. Os impacientes chegam a pular para dentro do balcão em busca do refresco de cevada.
Bebedor local.
A mesa de bilhar.
A televisão de cachorro servindo de armário.
O balcão acolchoado e o Maurão.
Bebidas com fartura.
Altar.
Foi nesta bela noite, e neste belo lugar, que conheci um homem muito bom. O corintiano Zé Augusto [parceiro de primeira linha do Favela], conversou horas comigo. Bebemos cachaça pra cacete, cerveja até dizer chega, e depois ainda partimos dali para o Sabiá. O Zé é um cidadão que eu gostaria de ter conhecido há uns dez anos, para já tê-lo como amigo há pelo menos uma década. Grande figura, grande coração, muita simplicidade. O homem é foda.
Este botequim está definitivamente entre os dez melhores que já fui, sendo assim é minha obrigação sempre que for à São Paulo bater o ponto na rua Dobrada. Este canto de verdadeira boemia é justamente o que fãs dos bares cospe grosso, como eu, desejariam ter em suas esquinas.
Defino como um boteco do caralho.
Até.
Até.
Grande Zé Augusto, que brevemente vai estrelar um filme sobre a vida do inesquecível Mussum!
ResponderExcluirPorra, Szegeri, pior que nessa foto tá parecido mesmo.
ResponderExcluirA Dobrada é a melhor Rua do mundo! Esteja certo de que bebeste também com o Zulu naquela noite, mano.
ResponderExcluirBeijo.
Belíssimo boteco! abs.
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