terça-feira, 1 de maio de 2007

O FÍGADO DO JOAQUIM

Domingo, Flamengo e Botafogo jogando na televisão, e eu com minha camisa do América de 1960 sentado à mesa do bar do Joaquim juntamente ao meu tio-pai Celestino e meu irmão Zé. Eu e meu tio estávamos tranquilos, já o Zé... Flamenguista doente, sofria com a pressão inicial da equipe alvinegra. Um pouco depois chegava Edu Goldemberg, fantasiado da cabeça aos pés de vermelho e preto, fiz até o sinal da cruz. Sentou-se conosco e começamos todos a beber juntos, pedimos pastéis e uma porção de radaba com agrião. Meu corpo não estava satisfeito, e foi então que decidi pedir o manjar dos deuses: Uma porção de iscas de fígado acebolado com batatas coradas!!! Foi só vir pra mesa que todos começaram a desejar aquele prato maravilhoso, depois desta vieram mais umas três porções.

Estava conosco também o pessoal do Inimigos do batente, um excelente grupo paulista de samba de raiz, que degustaram e ficaram maravilhados com a iguaria. Zézin e Edu arrancavam os restos de seus cabelos em prol da batalha que se realizava no templo Maracanã. Até que o Zé foi ao banheiro e o Botafogo abriu o marcador. Foi uma gritaria geral:

- Filho da puta! Quem mandou se levantar para ir ao banheiro!

- Tava apertado, mas prometo que mijo nas calças da próxima vez...

Não adiantou muito, o time preto e branco ampliou o placar logo depois, mesmo sem banheiro. Todos ficaram desolados e ao mesmo tempo putos da vida, vendo o urubu perdendo daquele jeito ainda na primeira etapa. E foram-se mais garrafas de Boemia e Brahma, e também começaram a chegar alguns maracujás.

No segunda tempo foi um pega pra capar, roeram-se unhas, bateu-se na mesa, gritos e xingamentos saíram de bocas rubro-negras. Mas por pouco tempo. Na hora do penal, urraram como animais e não olharam para a tela na hora do tiro ao gol, somente quando escutaram que a bola tinha estufado a rede. E quando o empate aconteceu a felicidade dos flamenguistas foi geral, eu continuei na mesma, bebendo minha cerva e de barriga cheia, mas agora com amigos mais felizes.

Saímos dali para comemorar o aniversário do Edu no Trapiche Gamboa, com o grupo Inimigos do Batente e canja de Dorina e Beth Carvalho. E desta vez para hidratar, bebíamos Original. Aproveito aqui para recomendar a casa. O Trapihe é um casarão na Gamboa com um pé direito de 13 metros de altura e datado de 1867... Não preciso falar mais nada, foi mais um dia com ar de antigamente.

Até.

Um comentário:

André Mengão disse...

O fígado é bom, mas prefiro a feijoada e o caldo de mocotó.